A Cruz - parte 2
2º - A vestimenta de peles.
“E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu”. (Gn. 3:21). Desde a criação Deus procura ao homem para com ele manter relacionamento. Mesmo após a queda, deseja Deus continuar mantendo este relacionamento. Por esta razão o Criador não procura ao homem decaído com a inquiridora questão: O que tu fizeste? Mas com a expressão de restaurar: Onde estás? (Gn. 3:9).
Percebendo que estavam nus, o casal foge da presença de Deus, tratando de providenciar um paliativo para sua nudez, pelo que coseram vestimentas rudimentares, de origem vegetal, que não podem cobrir sua vergonha muito menos satisfazer a justiça divina. Esta justiça requeria que “a alma que pecar, essa morrerá”. (Ez. 18:4). Deus houvera dito que o casal não provasse de certa árvore no Éden, pois sentenciou: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. (Gn. 2:17). As escrituras afirmam que “a vida da carne está no sangue” (Lv. 17:11). Obviamente derramar sangue é morrer. A sentença sobre o pecado é clara: “o que pecar deve derramar sangue”. A justiça divina permite que este sangue derramado seja de um substituto, enquanto inteiramente inocente. Do contrário estaria derramando seu sangue em razão de seus próprios crimes.
Em virtude do pecado de Adão e Eva, para que não venham a ser executado em satisfação da justiça divina, o próprio Deus providencia a vítima substitutiva, afim de, através do derramamento daquele sangue inocente, possa ser coberto o pecado do casal.
Assim é que “o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu”. (Gn. 3:21). Donde surgiu aquela túnica? De que pele fora feita? De que ser fora retirado a pele? A morte natural acabara de vir sobre o gênero humano, pelo que se cuida não ter vindo ainda sobre nenhuma outra criatura na face da terra. Os animais ainda não era oferecidos em sacrifício, o que ocorrerá apenas num futuro próximo, com os filhos do casal. Nem tampouco eram usados por alimento, o que se dará num futuro mais distante, após o dilúvio. “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento, como vos dei a erva verde; tudo vos tenho dado agora”. (Gn. 9:3), como informou Deus a Noé. Se não morreram naturalmente, nem para a ingestão, resta que foram certamente abatidos, por ninguém mais senão o próprio Deus. Está aí representado o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. (Ap. 13:8). Deus desejava cancelar o pecado de ambos, e somente pela substituição poderia fazê-lo, pois. “Sem derramamento de sangue não há remissão”. (Hb. 9:22) Desejava Deus um sangue mais excelente, definitivo. Até então era derramado o sangue de animais, e nenhum homem poderia exercer um sacrifício substitutivo, pois seu sangue estaria contaminado pelo pecado, e morria por seus próprios delitos. Somente em Cristo, o homem, o justo, o santo, poderia encontrar o sacrifício substitutivo, representado pelo inocente animal morto no Éden, que cobriu o primeiro casal. Cristo cobriu-nos com seu sangue, destruindo em seu próprio sacrifício e morte o poder aniquilador pecado.
Continua...