A Cruz - parte 4 | IAVB - Igreja Apostólica Vale da Bênção

A Cruz - parte 4

4º - Moriá x Calvário.

Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este respondeu: Eis-me aqui. Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar... Tomou, pois, Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o cutelo, e foram caminhando juntos... Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos. Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho... Nisso levantou Abraão os olhos e olhou e eis atrás de si um carneiro preso pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho. (Gn. 22:1,2,6-10).

Uma das mais emocionantes e inspiradoras passagens bíblicas, esta neste pequeno texto apresentado na história do fiel patriarca Abraão. Este texto não só nos testemunha a grande fé daquele personagem, que lhe foi imputada como justiça (Rm. 4:9; Tg. 2:23), como também tipifica e representa profeticamente, outro mais inspirador evento, testemunho de maior fé e obediência, a crucificação do Servo sofredor e obediente, Jesus Cristo, o Filho único.

Prova Deus a seu servo, Abraão, a quem chama de amigo (Tg. 2:23), ordenando que entregasse seu único filho em sacrifício no Monte Moriá. Prontamente toma Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o cutelo, e foram caminhando juntos (v. 6). O “pai da fé” não se detém em cumprir a vontade de Deus, concordando em oferecer o seu único filho, a quem teve de modo miraculoso, sobre quem veio às bênçãos profetizadas para o futuro e em quem suscitaria grande descendência.

Pelo que se serviu de instrumentos de suplício. A “lenha” do holocausto representa o “madeiro” onde o único Filho de Deus foi entregue. Isaque carregou a própria madeira onde seria sacrificado: “Tomou, pois, Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho” (v.6); Jesus, filho da promessa, que nasceu miraculosamente e de quem emanaria as bênçãos profetizadas, carregou o próprio madeiro onde seria sacrificado.

Porém, “o fogo e o cutelo” (v.6) tomou Abraão. Dele viria o cumprimento do sacrifício. O pai infligiria ao filho às dores e terrores do holocausto no Moriá. Isto se deu representativamente, pois também das mãos do Pai celeste viria o juízo sobre o Filho, pelo que o Pai mesmo infligiu ao Filho maiores dores e terrores do holocausto no Calvário.

Jesus, o Filho prometido, foi “ferido de Deus, e oprimido... esmagado... o Senhor fez cair sobre ele à iniquidade de todos nós... afligido... foi da vontade do Senhor esmagá-lo ou moê-lo”. (Is. 53)

Aquele sacrifício não se deu, senão na mente e coração de Abraão. Deus poupou a Isaque, pois já a fé do patriarca tinha sido aprovada. Mas cerca de dois mil anos a frente viria outro sacrifício; este, levado a cabo por Deus, definitivo e exclusivo, satisfez a justiça divina. Abraão teve poupado seu filho, Deus não. Sobre isto profeticamente falou Abraão: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto” (v.8).

Graças a Deus que isso foi realizado! Abraão viu “um carneiro embaraçado pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho” (v.13). Abraão encontrou um substituto para seu filho! Deus providenciou um substituto! Yawé-Yireh! Deus proverá! Jesus, graças a Deus, no madeiro do monte Gólgota foi o “holocausto em seu lugar” (v.13)! Jesus foi o sacrifício vicário, satisfatório, definitivo.


Continua...

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