A Cruz - parte final
11º A crucificação é maldição da Lei.
“Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro; o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus. Assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança”. (Dt. 21:22-23).
Já se predizia a rápida execução de Cristo. Também se sublinhava a maldição imposta ao supliciado por crucifixão. Assim Cristo fez-se maldito por nós, cumprindo também esta predição da Lei: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. (Gl. 3:13).
No livro de Josué encontramos registrado esse texto: “Ao rei de Ai enforcou num madeiro, deixando-o ali até à tarde. Ao pôr do sol, por ordem de Josué, tirara do madeiro o cadáver, lançaram-no à porta da cidade e levantaram sobre ele um grande montão de pedras, que permanece até o dia de hoje”. (Js. 8:29). “Depois disto Josué os feriu, e os matou, e os pendurou em cinco madeiros, onde ficaram pendurados até à tarde. Ao pôr do sol, por ordem de Josué, tiraram-nos dos madeiros, lançaram-nos na caverna em que se haviam escondido, e puseram à boca da mesma grandes pedras, que ainda ali estão até o dia de hoje”. (Js. 10:26-27).
Aqui também, como em Gênesis, no caso de Faraó, estes madeiros parecem ser forcas. Josué tem cuidado de observar a Lei, retirando os cadáveres dos malditos supliciados logo ao por do sol, antes que surgisse outro dia, afim de não contaminarem a terra. É importante observarmos que os cadáveres não permaneceram no interior da cidade.
Ao Rei de Ai lançaram à porta, aos outros a uma caverna, fora da cidade. Isso são ofensa e vergonha para aqueles homens perversos. Josué e o povo judeu tiveram o cuidado de observar este pormenor.
O livro de Hebreus afirma que os animais mortos nos sacrifícios ordenados por Deus através de Moisés tinham seu sangue levado para o interior “do santo lugar pelo sumo sacerdote como oferta pelo pecado” (Hb. 13:11). Porém, seus corpos eram queimados fora do arraial ou acampamento dos judeus. O autor de Hebreus ensina que isto era figura do sacrifício de Cristo, o cordeiro de Deus, dizendo: “também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”. (Hb. 13:12).
Os animais eram queimados fora do arraial. Cristo foi morto e sofreu o ardente juízo sobre a cruz fora da porta da cidade. Para lá devemos seguir a encontrar a cruz, levando o seu desprezo, a sua vergonha, a sua ofensa.
Vimos que era vergonha e ofensa ter o cadáver lançado para fora da cidade. Jesus também foi ofendido e ridicularizado, sendo carregado para fora dos muros da cidade de Jerusalém, tal como um homem abominável, carregando a afronta que não merecia. Foi levado para fora do arraial, coberto de vexame, injuriado, escarnecido, afrontado com blasfêmias e injustiças. Nós é que merecíamos esse castigo. Então, sigamos a recomendação do autor de Hebreus: “Saiamos, pois a ele fora do arraial, levando o seu opróbrio”. (Hb. 13:13).
Milton Rocha Paes