A Missão Nasce na Adoração
A MISSÃO NASCE NA ADORAÇÃO - Parte 1
Texto = Mateus 28:16-20.
Introdução:
A missão cristã não é uma simples empresa humana. Não é unicamente um plano que nasce na imaginação febril de algum entusiasta religioso. É Deus pelo seu Espírito que impulsiona o avanço evangelizador da Igreja pelo mundo, é uma iniciativa de Deus na qual o discípulo se soma numa obediência prazerosa. Vejamos sobre esse importante assunto:
1 – Na Grande Comissão dada por Jesus.
O texto de Mateus 28:16-20, nos diz que os discípulos adoraram o Senhor ressuscitado e que este, ao enviá-los a pregar pelo mundo, afirmou em primeiro lugar a realidade de Seu senhorio: “Toda a autoridade me é dada no céu e na terra”. Desta realidade deriva a ação: “Portanto, ide...” Os discípulos enviados foram os que reconheceram o Senhor ressuscitado e o adoraram.
Lucas e João destacam a alegria dos discípulos, ao reconhecer e adorar o Senhor, no momento de receber a comissão (Lc. 24:36-49; Jo.20:19-23). Jesus mostrou os sinais de Seus sofrimentos na cruz e lhes deu evidências de Sua ressurreição. Não podemos contemplar a obra de Cristo na cruz nem experimentar o poder de Sua ressurreição, pois dela nasce a ação missionária.
2 – No Antigo Testamento.
A ordem que reflete o ensino de Jesus neste ponto está arraigada no modelo do Antigo Testamento. Moisés, Elias e Isaias são servos que antes de poder levar a Palavra de Deus ao povo, tiveram seu encontro com Deus, sua experiência profunda de adoração seguida da purificação que veio deste encontro com Deus. Isaias narra com eloquência, no capítulo seis de seu livro, uma passagem amplamente conhecida. O profeta é enviado a este contexto de adoração, no qual contempla a glória de Deus e uma brasa de fogo santo queima seus lábios.
3 – Na Prática da Igreja Apostólica de Atos.
Nos capítulos iniciais do livro de Atos, são apresentados dois resumos acerca da vida diária da Igreja de Jerusalém (At. 2:41-47). Estas passagens narram que “o Senhor acrescentava a cada dia a Igreja” e que “com grande poder os apóstolos davam testemunho”. Em ambos os casos destaca-se a atmosfera de culto, adoração, reverência e obediência a Deus, que caracterizavam a nova vida desses crentes, unidos numa comunidade de propósito e ação.
No caso da grande igreja missionária de Antioquia, o Senhor lhe ordenou que enviasse Saulo e Barnabé numa viagem evangelizadora que marcaria uma nova etapa na missão. A indicação divina veio quando, na Igreja, “celebravam culto ao Senhor e jejuavam” (At.13:2). A expressão pode referir-se tanto a toda a congregação como ao grupo de profetas e mestres que se mencionam por nome.
4 – No Ensino Apostólico.
Não só na prática o Apóstolo Paulo tinha uma evangelização que partia da adoração, mas também no seu persistente ensino acerca da iniciativa divina. Falando sobre a função de evangelizar, o Apóstolo Paulo diz que somos “como embaixadores de Jesus Cristo”, e da obra poderosa em que Cristo está fazendo novas todas às coisas. O Apóstolo afirma com clareza: “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, com Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação” (II Co. 5:11-21). É o mesmo que dizer: Tudo provem de Deus e nós somos somente servos deste propósito salvador, que nos move, nos constrange e nos sustém.
Na realidade, a partir do capítulo terceiro desta epístola, ocorre uma marca de reverência e adoração ao Senhor que precede a ação do ministro de Deus, tanto na Antiga Aliança como na Nova Aliança. (II Co.5:11).
Conclusão:
Sabemos que aceitar o Evangelho é aceitar a contínua participação no culto do povo de Deus. Não é entrar numa companhia de anjos perfeitos, mas numa comunidade de pessoas arrependidas que confessam que não tem conseguido tudo, nem que são perfeitos, mas seguem em frente para alcançar o alvo (Fl. 3:12).
Ap. Milton Rocha Paes