A Missão Nasce na Adoração - 2 | IAVB - Igreja Apostólica Vale da Bênção

A Missão Nasce na Adoração - 2

A MISSÃO NASCE NA ADORAÇÃO.   (Parte II).

Texto = I Coríntios 9:16.

Introdução: Levando em conta o fundamento bíblico e as experiências da história cristã desses vinte séculos, podemos formular alguns princípios que nos servirão como guia. Vejamos os Princípios Básicos:

1 - UMA MISSÃO AUTÊNTICA NASCE DA ADORAÇÃO.

O Evangelho que anunciamos não é invenção humana nem fruto de um gênio religioso de um povo.  É, em primeiro lugar, a Palavra de Deus, o qual se manifesta e revela Seu propósito para com a Sua criatura humana - o de salvar -, revela-se presente ao ser humano em Jesus Cristo: Emanuel, e revela Sua grandeza na criação e Sua santidade na Lei, nos Profetas e em Jesus Cristo.   O que cabe ao ser humano que escuta esta Palavra e a lê é a atitude de adoração.   Essa é a resposta reverente e prazerosa à verdade da Palavra que Deus lhe envia.   É uma operação puramente espiritual encontrar-se com Deus, como vemos desde Adão e Enoque até Moisés e Isaias e desde João, o Batista, até Paulo e João, o profeta de Pátmos.   Não se trata de acumular  conhecimentos novos, como pode fazê-lo um computador.   Trata-se de um encontro pessoal que nos sacode até os alicerces; de uma relação que nos faz clamar como Pedro: "Aparta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador".   Esta relação nos faz "tirarmos as sandálias”, surpreendidas por esta estranha mescla de espanto e temor santo, que nem se quer pode ser apropriadamente descrita pela linguagem humana.

Há surpresa e gozo na adoração, ao captar, com renovado vigor, o ato maravilhoso de que teria sido para mim a morte na cruz e que ela me abre um novo caminho ao Pai.   Coloquemo-nos no lugar do filho pródigo, que regressa arrependido, ensaiando um discurso que contém na garganta quando vê o pai, que não só o esperava, mas também corre até ele com os braços abertos.   Vemo-nos a nós mesmos e nos sentimos como o publicano, que, momentos atrás, no templo, nem sequer se atrevia a levantar os olhos ao Céu, mas que dizia: "Ó Deus, tem compaixão de mim que sou pecador!"  Entendemos, então, o que Jesus nos diz:  "Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque os vossos nomes estão arrolados nos céus." - Lc.10:20.   Entendemos, também, como é que Ele mesmo, pleno de alegria, agradeceu ao Pai, por ter este revelado Sua verdade aos simples - Lc.10:21.

A evangelização que nasce dessa experiência autêntica.   É no calor desta forma de adoração que podemos dizer: "Não podemos calar ao que temos visto e ouvido."   Assim, afirmamos como Paulo:  "Aí de mim se não anunciar o Evangelho."

Tal evangelização autêntica é muito diferente de uma técnica de vendas que se nos impõe pela força, criando em nós um sentido de culpa ou desafiando-nos com as falsas metas de nos engrandecer a nós mesmos: nossa denominação, nossa organização, nosso pequeno império.          

Quando nós, como povo de Deus, temos experimentado nosso encontro com Ele; quando Sua Palavra nos tem sido exposta com poder e temos respondido com o "AMÉM" de hinos, orações, silêncios ou entusiasmos; é então, quando, da maneira mais natural, quiséramos recorrer a qualquer caminho para anunciar Sua Palavra aos outros seres humanos.

É um fato que os evangelizadores missionários mais eficazes e entusiastas têm sido pessoas acostumadas ao encontro com Deus, possuídas pelo gozo da Sua presença.   Trata-se daqueles que têm feiro histórias (como Agostinho, Lutero, Wesley, Moody, Robert Kalley e Luís Francescon) ou daqueles crentes anônimos conhecido em todas as igrejas da América, da África e da Europa, os quais sabem ganhar novos discípulos sem sentimentalismo, sem publicidade nem buscar glória para si.

 

2 - A MISSÃO QUE NASCE DA ADORAÇÃO DÁ GLÓRIA A DEUS.

Quando nasce de uma atmosfera de adoração, a missão cristã busca a glória de Deus.   Quando o gozo da nova fé ou o entusiasmo religioso das pessoas leva-as a atirarem-se aos pés do evangelista ou adorá-lo, este responde como Pedro:  "Põe-te de pé, porque eu também sou homem." - At.10:25-26.   Ou responde como Paulo e Barnabé: "Senhores, por que fazeis isto?  Nós também somos homens como vós..." - At.14:8-18.   Esta prontidão de reação reflete o zelo pela glória de Deus que marca o verdadeiro crente.   Este zelo que nasce se expressa e cresce na verdadeira adoração.

O perigo de uma evangelização que não nasce da adoração é o de tornar-se uma empresa puramente humana, para a glória dos homens, para vender metodologias, para mercadear livros e para dar trabalho aos estatísticos.   Então, a evangelização deixa de ser autêntica e se coverte em uma operação quase comercial, que pode ser feita com frieza profissional e que se pode reduzir a técnicas tão preciosas, que nem sequer faz falta o atuar do Espírito.

A lição de Isaias em seu encontro com Deus, é que os lábios do evangelista têm que ser purificados.   Podemos dizer que esta purificação alcança não só as palavras, mas também as intenções e os motivos que estão por detrás delas.   Paulo insiste em sua motivação: "Pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus a ponto de nos confiar Ele o Evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova os nossos corações." - I Ts.2:4 e veja At.20:17-35 e I Co.4:1-5.

 

3 - A MISSÃO QUE NASCE DA ADORAÇÃO TEM RESULTADS PERMANENTES.

Passar das trevas para a luz só é possível aos seres humanos quando atua neles o Espírito de Deus.   "Aquilo que é impossível para os homens é possível para Deus”. - Lc.18:26-27.   Paulo escreve em termos inconfundíveis sobre aqueles que não crêem no Evangelho: "Nos quais, o deus deste mundo cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque Deus que disse:  Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminar do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo." - II Co.4:4,6.   Portanto, evangelizar é comunicar esta mensagem no poder do Espírito Santo, na esperança de que Deus atue sobre nós e nos salve.   De fato, é algo muito diferente de vender enciclopédias ou convencer as pessoas para que se façam membros de um clube.   Por isso é algo que só pode ser feito, a partir de uma atmosfera de profunda adoração.

O proselitismo superficial, que comove massas num estádio ou num teatro, nem sempre termina no aparecimento de discípulos autênticos, que se fazem membros de uma igreja local e que mostra as marcas de uma nova vida em Cristo.   Pela mesma razão, a evangelização no contexto de igreja local, onde o evangelho vê seres humanos como ele, que encarnam a vida nova em meio às lutas próprias da vida cotidiana tem efeito mais duradouro.

 

CONCLUSÃO:

Por isso mesmo, é a evangelização que nasce da adoração, do culto, no qual, como o povo de Deus com o salmista, respondemos a Deus com toda a nossa vida.   Isto nos obriga a ser mais honestos na pregação e a confiar mais no poder e nos recursos de Deus que nos próprios recursos humanos.

 

Ap.  Milton Rocha Paes