O Sofredor Perseguido - parte 4
Salmos 39
Com silêncio fiquei qual um mudo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou. (Salmos 39:2).
O salmista antecede a profecia messiânica de Isaías que dirá: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca”. (Isaias 53:7).
De fato Cristo Jesus manteve-se em total silêncio durante grande parte dos dois interrogatórios a que o submeteram. Por isso mesmo Pilatos, sabendo que qualquer preso levantaria em desespero sua voz na tentativa de escusar-se diante das acusações, ficou perplexo por contemplar Jesus, que segundo seu próprio julgamento era inocente, vendo-o manter-se absolutamente calado e manso, embora tivesse direito de reclamar sua inocência.
Durante o julgamento religioso, diante das autoridades judaicas, Jesus podia reivindicar seu direito de defesa, mas calou-se: Levantou-se então o sumo sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes? Jesus, porém, guardava silêncio. (Mateus 26:62).
As autoridades judaicas levaram a Jesus, apresentando-o diante de Pilatos. Mas como observou o evangelista, ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti? E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava. (Mateus 27:12-14). Continuou o Manso Cordeiro em seu silêncio diante dos tosquiadores.
Então cumpriu-se o que disse o salmista: Com silêncio fiquei qual um mudo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou. (Salmos 39:2). Sem ousar na tentativa de inocentar-se, a dor de Cristo agravou-se, pois Pilatos a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado. (Mateus 27:26).
Continua...