Tatuagens e Pircing | IAVB - Igreja Apostólica Vale da Bênção

Tatuagens e Pircing

A TATUAGEM E O PIERCING NA HISTÓRIA DO HOMEM

Alguns registros históricos das antigas civilizações, como na mesopotâmia, no Egito, na Síria e nas civilizações antigas das Américas e Europa, fazem menção dessas atividades que, de acordo com a história, caminham lado a lado e não somente as civilizações antigas, mas, também, as diversas tribos indígenas espalhadas por todo o planeta, trazem em seu bojo, essas atividades, tanto no âmbito religioso, quanto no âmbito sócio-familiar e político. Porém, é improvável a origem tanto da tatuagem quanto do piercing.

No princípio da história, essas práticas eram realizadas através de; no caso das tatuagens, com tintas extraídas de frutas, ervas e minérios (barro e pedras) e muitas vezes sangue de animais e até mesmo sangue humano. Os instrumentos usados para essa finalidade eram em geral, ossos de animais e humanos, pedras, madeiras, metais e dentes de animais. O piercing segue um padrão similar, no âmbito de princípios, e eram usados como instrumento de poder e autoridade dentro das comunidades antigas e indígenas, nas civilizações mais avançadas, como Egito, Mesopotâmia e Maias, tinham um valor sacerdotal intrinsecamente ligada à autoridade governamental.

Entre os corsários e piratas, tanto a tatuagem como piercing, abrangiam significados mais pessoais e classificatórios, como guerreiros, cozinheiros, faxineiros e oficiais, e também, definia-se gênero ou opção sexual entre os tripulantes. Quando a guarda marítima detinha um pirata, era usado um ferro em brasa para tatuar em seu braço esquerdo um “P”, que serviria para identificá-lo em outras situações.

Na idade média as praticas de tatuagens e piercings, se expandiram por todas as classes sociais, porém, eram mais comuns em bruxos, pajés e feiticeiros, que as ostentavam como ornamentos ou difusão de habilidades místicas ou de autoridade. O contexto geral da sociedade as usava em ocasiões especiais, festas ou rituais diversos, como, cultos, ritos de passagens, colheitas, etc.

A partir do século XIX, alcançou proporções catastróficas entre os jovens de diversas etnias ideológicas, geralmente ligadas à rebeldia, como movimento punk, Hippie, rock e mais atualmente os emos. A sociedade na época criminalizava o uso dessas práticas, hoje, portanto, é aceito ou tolerada pela maioria da sociedade, fato que não exime a essência dessas atividades, como a disseminação de significados, espirituais e marginais. As grandes facções criminosas que já existiram e que ainda imperam em todo o planeta ostentam seus feitos criminosos através dessas práticas, como a máfia japonesa yakuza, ou os Tongs e as Tríades Chinesas, usam principalmente as tatuagens como identidade profissional, assassinos, ladrões de diversas modalidades, raptores, etc., alguns assassinos tatuam-se a cada vítima executada.

É obvio que cada figura tatuada é um símbolo, e que todo símbolo tem um significado. Dentro do universo criminoso no Brasil e em todo o planeta, funciona da mesma forma, esses símbolos são de natureza espiritual, hierárquica ou de gênero, isso é um fato, não é especulação. Existem alguns teóricos que defendem a idéia de que as tatuagens não provem de boa fonte, que ela é totalmente voltada ao mal; religiosamente e socialmente. Eles acreditam que a marca de assassino que Caim recebeu de Deus ao matar Abel, deu origem a tatuagem. No universo marginal do Brasil, algumas tatuagens têm significado peculiar, a “senhora aparecida” tatuada nas costas e braços assassinos, caveiras como facas cravadas, cinco pontos, etc. Todas são reconhecidas e interpretadas por seus usuários e pessoas familiarizadas com a criminalidade.

Na perspectiva histórica podemos perceber que piercings e tatuagens, desenvolvem um papel social marginalizado, hoje muito difundido entre criminosos, embora, muitas pessoas de bem, tenham aderido as uso dessas praticas, não excluem sua essência e nem seus reais significados. Ainda hoje a sociedade não consegue aceitar totalmente o uso dessas atividades, embora, não comentem, ainda há uma seleção entre pessoas que as usam e pessoas que não as usam, isso fica muito claro nas seletivas de admissão profissional pelas grandes empresas.

Pastor Augustinho Machado